segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Se fôssemos uma música, seríamos o eterno rascunho. Talvez falte uma nota, uma palavra, uma acústica melhor. Falta. Não se sabe o que. Mas falta. Se fôssemos dança, seríamos o ensaio final. No dia da estréia, parece que alguém faltou. Não se sabe quem. Mas faltou. Se fôssemos texto, seríamos esse. Escrito rápido, não publicado, não lido. Ele quase não existe.

Se fôssemos música, seríamos o mais complexo conjunto de notas já visto. Música clássica, fina, profunda, de chorar e rir e mudar o dia. Seríamos a mais bonita. Se fôssemos dança, seríamos a que todos sonham em saber. As de chocar, das que pausam a cada segundo para tentar entender, as que tentariam se espelhar. Se fôssemos texto, formaríamos enciclopédias. Das que duram séculos, as pesadas e antigas, de vô passar pro bisneto do neto. Se fôssemos reais, seríamos tudo. Mas não existimos. E, se não existimos, meu bem... não somos nada. 

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