quinta-feira, 2 de maio de 2013

Pulei.

                 Achei um trampolim mais alto. Não tenho mais ninguém para gritar "vai" mas, ao contrário, a maioria lá em baixo também tem medo de que eu pule. Tenho, no máximo, uns poucos incentivos que nem sequer consigo ouvir.
                Tenho medo. Tanto. Mais do que já tive. Estou sozinha. Coloco a ponta do pé para fora e posso desistir só de sentir o vento em centímetros do meu corpo. Faço cara de espantada igual a todos os que me olham mas, como um empurrão que vem de dentro, me jogo como quem não se prepara antes do pulo - parecido com aquela corrida irresponsável de criança, junto com a testa franzida do salva vidas e o comentário de quem escuta o barulho. A barrigada dolorosamente impecável de boa. Pulei. Mergulhei. Doeu. Passou. Respirei. 

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